terça-feira, 18 de agosto de 2015

Luz


Ao tempo, ao vento, ao sopro de Deus
As luzes se apagam, as cores desbotam
As formas deformam, os véus caem
Tudo fica realmente como sempre foi

Ao tempo detectamos o fim da ilusão
E toda a confusão se dissipa como bolhas de sabão
Como névoa que se esvai com o poder da mente
Como chocolate em água quente

Borbulha a mente desatenta
Na ânsia de ser feliz, de ter conforto e proteção
Entulha-se a alma de superficialidades
Não deixando vazios, silêncios, nem lembranças

Ao findar do tempo esvaziamos as prateleiras
Limpamos por dentro, higienizamos o caos
Renovamos o oxigênio de cantos remotos
Arejamos pensamentos, respiramos em paz

Lamento profundamente
Que não saibamos como fazer
Para ter sempre um respiro, um vazio simplesmente
Algo a ser preenchido de Luz

Enfim Amor

Um sonho distante se materializa
E todo o encanto vai tomando forma
A aura cresce junto com a alegria e diviniza
Os pés saem do chão, a alma flutua e transforma

Pura energia de total realização
Um flash de infinito, de supremo, de belo
Dois seres imersos na imensidão
Daquilo que vem de dentro ao formar o elo

Uma trama costurada com tamanho empenho
Sem drama, sem freio, sublime torpor
A fluidez da folha voando ao vento do engenho
A sensatez da árvore frondosa em flor

Um amor, não mais que um único amor
Que o tempo fez amadurecer
E após suportar conflitos e dor
Fundiu-se em energia de grande poder

Um diamante agora lapidado
Mostrando ao mundo toda sua luz
Repleto de faces, por fora blindado
Por dentro recheio de Lua seduz