Ao tempo, ao vento, ao sopro de Deus
As luzes se apagam, as cores desbotam
As formas deformam, os véus caem
Tudo fica realmente como sempre foi
Ao tempo detectamos o fim da ilusão
E toda a confusão se dissipa como bolhas de sabão
Como névoa que se esvai com o poder da mente
Como chocolate em água quente
Borbulha a mente desatenta
Na ânsia de ser feliz, de ter conforto e proteção
Entulha-se a alma de superficialidades
Não deixando vazios, silêncios, nem lembranças
Ao findar do tempo esvaziamos as prateleiras
Limpamos por dentro, higienizamos o caos
Renovamos o oxigênio de cantos remotos
Arejamos pensamentos, respiramos em paz
Lamento profundamente
Que não saibamos como fazer
Para ter sempre um respiro, um vazio simplesmente
Algo a ser preenchido de Luz
